03 junho 2015

Do amor e do ódio.


O texto que me escreve acende o caminho, mostra sem ensinar o passo. A vastidão que o peito seja, agora conjura um abismo de memória e sal. Óh, homem insípido, vais ao mundo re/voltar da volta una e póstuma dos tempos, foste do teu ópio umbigo morrer. A festa aquietou-se, e a casa úmida de lustres e lendas futuras ainda resplandece, no eco da música e das vozes será eivada eternidade. O calendário quedou cedo, o rosto foi atravessado pelos rios, e tua força pelas horas desperdiçadas. Sem contagem. Delicado e falso é esse esquecimento que margeia o fluxo de nossas páginas, quando sonharam no deserto ou sonhem outro texto, enquanto a palavra é qual cana lançada no seco e na dor, e deixa o sumo na moenda dos dias.

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