...exausto
monstro que sou outro texto e navego cego. Um ponto de som no ouvido e o mundo
lodo voaraveio palavra, coisa que ñ existe,; o inteiro de azul opaco do orbe
nesses dias de ludo, onde nada há no jogo de Eros e acertos: a palavra palavra
existe: E evoca o enigma de sol dos homens, quando o trânsito rasga o coração
com o locutor de rádio, impiedoso animal que nunca furará os olhos por mim.
Escrevo uma partitura de palavras e a praia é uma boca que me chupa os pelos
das pernas enquanto me escuta. Se é para amar eu sigo amando, Milton. As nuvens
do fim do céu agora são paragem, densidade. Pedras que se amontoam em páginas e
pausas, palavras que a cegueira traz nos sons que a leitura perde, que a escuta
sofre quando os dias avaros pouco exortam nas cicatrizes das canções, se elas já
são um rap de sentenças para as histórias num alegrefalso surdo a desmontar
ainda mais (mais, ainda...) o carinho da tarde contemporânea. É ferir-se para
navegar o mar de protocolos e processos sem aparente cais enquanto pequenos
senhorinhos, que serão grandes, ajudam a fazer desabar por definitivo a
construção que o homem moderno erigiu ao herdar o relógio de pulso do pai.
O
JoyceTupinambá não tem Dublin ou Trieste. O Cavaleiro Andante perdeu o
Hipódromo da Gávea. Itabira, Carlos, é apenas uma fotografia no Instagram. O
filtro Willow come solto pra recalcar o poente colorido. Walter Benjamin é o
tipo de homem que chama Baudelaire de ignorante, e tem que se considerar. Que
dizer? São dias terríveis, sem qualificação. Minha leitura retorna no real a
passos largos, a urgência da ida é ajourd’hui.
Sei
que o corpo da tarde aos poucos seca a água da rua, quanto a cidade seja má
consigo mesma e a flor de maio exale o perfume que a tarde virá esparramar
sobre a praia. O falso esquecimento dos carros sob a chuva expôs um beijo de
luz e sombra entranhado em pb, pelo qual memória e imaginação desmontam o
quebra-cabeça de uma dor trocando peças de lugar. Não há com quem calar este
silêncio. As conchas permanecem cravadas na areia quando a onda estica uma
perna roliça, antes que eu possa passar para sempre