no deserto chego ao portal onde a moça
de olhar sensível me sorri
-
(sorriso)oi
-
(?) oi tdo bem?
-
rs sim, e com vc?
-
bem;, eu vou..
-
rs sim, mas qual teu nº?
-
é 206.
-
nuuuu rs, diz a senha.
-
é moebius...
-
tem certeza?
-
a soma de 206 é 8, também.
-
total. daí rs?
-
daí o 8 graficamente é o símbolo do
infinito rs.
-
tudo bem, assim seria fácil.
-
mmm...
-
qual é?
(pausa
de colcheia)
-
angústia.
para
além dessa moça uma biblioteca habitada por pessoas com camisas numeradas e em
pequenas leituras me mostrava aos meus rivais, sou só por cada um número-peso
bordado nas costas igual grande insólita confraria pela qual te amava. mais
distante, numa sala piso elevado em nítido planalto, você. você e teu vestido,
você e teu beijo teu texto teu queixo teu pelo tua coxa de mulher: lá e cá
folheando, raptada no olhar sosláio em meu plágio do poeta. e era tanto o meu
carinho também, e minha saudade nas mãos a receber teu corpo. e tua voz rouca
no meu ouvido abraço: já é tudo tão difícil.. os homens também choram, só que pra
dentro: durante séculos, dias são meses já. meu analista, vestindo a camisa
nº 8, se aproximou e me entregou os cadernos:
-
aqui está
-
que isso
-
uma letra.
olhei pra moça sob o promontório, que
agora me notava com finura, delicadeza e numa certa admoestação nos olhos
exortava pacífica
-
estou acordando, né? (meu aferimento)
-
...(olhar-sorriso, sensível)
-
to escutando uma música.. eu preciso
falar com a
-
eu sei. vc também é doce. ...ah,
insensatez, nunca mais machuque teu coração mais sem cuidado..
-
vc é anjo?
-
rs todos nós fomos feitos um pouco
menores do que os anjos uns para os outros
-
e essa música?
-
é que vc adormeceu escutando o vinil do
radiohead, aquele.
-
ok. nós estamos numa fantasia?
-
tudo que é real está.
-
e ela? ...é q hj eu ñ to suportando
tanta saudade.
-
vc ainda ñ notou isso?rs, nunca existiu
senha; justamente porque vc pode descobrir qual é, para vc ñ existe senha
possível.
-
hoje é quinta-feira à noite.. eu voltei
de moto por camburi, dizem q a noite pertence aos amantes.
-
rs, na rede da varanda vc se lembrava à
tarde deitado no divã de pedra...
-
vc acha q a vida ñ tem graça com ou sem
o amor?
-
rs... e vc disse, eu gostei muito dela. e a voz que te escutava rebateu, gostou e a..