a xícara de café exala
memória enlaça pilha de livros, onde a história concisa de michael archer
procura o chão do pós-moderno, página 71 na sala de espera de quinta-feira
quando teu campo expandido me volta à torre de discos no astronauta lírico de
vitor ramil ou da reforma agrária música brasileira chama o retorno de quem
nunca esteve. aqui, é só saudade, faço-lhe por meio desta singela carta saber no
contorno do carinho o quanto tenho no espiral dessa mola incauta lançado ao mar
o rosto altivo com que lhe iluminei, lua. paul mccartney cantando only our
hearts vira um problema hoping to be where you are / of longing to be your lover.
a pintura moderna é assaz reveladora de n projetos de assertiva reta quedada no
entanto antes do fim do século é essa noite: quando insone o homem
contemporâneo sabe: o corte mulher é causa e o cais desse desejo: se pela noite
intento e ponho fora a proa do navio vento, e o céu turvo sobre os esportistas
aceita minha inocência como à imensa amnética esteira de academia às seis, horário
de verão, horas depois lhe vejo nua nascente e te amo em tudo que és. enquanto cintilas
teu texto a cidade dos homens exerce na avenida cesar helal o leve
embrutecimento neoliberal hugo boss engarrafado até a dante micheline onde
passo pelo corredor, agora nessa moto maior, bem devagar até entrar naquela rua
onde nos despediremos. em narrativa sensível tua voz me arranha, o gosto contorno
da paixão no teu livro sopra minha dor e meus destinos rotos, quando me quebro
nouvelle vague em francês de ouvido na praia e meus olhos te procuram à minha
revelia num real denso a indecência invicta, bonita. teu corpo claro e o som
das tuas vogais. teu dorso e as costas firmes arqueando até que a cintura
flutue sobre o lampejo da cidade quinta-feira o romance heineken com stella
artois. onde fica? onde brilhas revelada e apagas estrelas triviais, e meu
olhar lhe encontrara vestida de um semblante nodal? --- lá, naquele lugar. mar,
voz, tudo o que nunca se encontra. aquilo que nunca se alcançara, lá está. sem
chegar sem voltar. sob a chuva o automóvel mero controle agasta de sinal em
sinal o parachoque em minha perna pela pancada do rap, e o meio sem fim
neandertal trânsito tenso de sós e lembrares, da musa amalgama em mesmo líquido
uma dose em dois copos. e tuas fases e ciclos das quintas em minha harmonia
pós-tonal arranca de mim os melismas que roubo da tua voz, enquanto pego minha
vida pelo cabelo com o punho esquerdo fechado e ainda assim algo doce és. o dia
não se faz o fim, e haja real até nos matar a vida. o fim ao qual não se deu o
desejo, o surto banal onde tudo se confirma, a voz gritada que aplaca cruezas
de uma cidade em falta no teu vetor gradiente prateado bombava um brasil, idade
civilizada sem vertigem. sem coração sem sabor sem devastação sem corpo sem
nuance sem vírgula sem desvio sem palavra. sem amor a noite fere a avenida e
traduz na estação o intento minimalista de homens tonais. e uma pop art aceita
e usa a falta de dor com a distância implacável da objetividade. sob o tempo
firme, somente nossos corações desvelam-se às paixões dos meteorologistas
09 novembro 2013
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