28 agosto 2013

Shadow


Meus óculos tem virado um amigo cada vez mais próximo. Observo, contudo, a tarde do descampado com alguma dificuldade..., muito embora para longe meu olhar continue veloz no vôo. O silêncio lírico e leve volta as vezes, percebo com tranquilidade a declinação latina sublunar em uma fala estranha, familiar. O estranhamento só pode ser de nós mesmos, o horror guardado, a fantasia high level. Campeio nesse interior desperto e o roçado evoca uma queda sob meus pés. O sol arrasa esse chão desértico, olho as árvores no fim da chácara em que estou exíguo em palavras pouco usadas. Fractais, poliformismos, alumbramento, campanário. Abre-se o portal azul aos mastodontes, aos animais de circo, aos homens amestrados. Vejo que passo ao largo e em oníricas cartas magnas escrevo paixões impressionistas, ou já estou acordado e lúcido. Saio de repente e vou andar no campo. Sob o sol sem lei ardo na lei dos homens que não perdem a memória. Colossal a tarde vem sobre meus ombros e meus passos pelo terreno arável pisam no entulho jogado, uma miscelânea que a própria terra junta engole e vai soterrando à medida que o tempo passa. 

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