09 agosto 2011

canned heat

madrugada mais jamiroquai que radiohead. década de 90, un espace domestique, ícaro enclausurado editando a noite da varanda, céu negro e a vizinhança que chegasai no olhar de soslaio. hora de fechar as portas de vidro. o frio da cerâmica nos pés que vazam da calça, preto moletom do kung fu que nunca fui. garganta sem cigarrilha montecristo. cantar é um sacerdócio. diplomata, fazendeiro do ar, analista, que importava? o space cowboy não veio pelo céu surfista de manquinhos, e eu perdi aquele show no rio, perda de um heráclito inteiro letra minúscula, o estrangeiro quando articulava le temps retrouvé para eqüidistantes copacabanas fazendo sinal pro 119. la question de la conscience et de l’anesthésie que a noite sem vento traga semibreves nas estrelas luzidias, aqui da varanda camisa rasgada com estampa de matisse. esperanças. venha antialérgico iconoclasta, quando o frio e a fome de bicho assaltar a felicidade em alopatia antes da classe média alta tarja preta achar que entende de arte. evoé. arrumo a bancada tosca e meu atelier se reinventa com regras banais, e uma tinta rembrandthuis bone black que meu irmão me trouxe. noite negra tão preta que parece cabelo de gueixa, um amor assim delicado. minhas considerações sobre o espaço-tempo hoje são o desvio dos meteorologistas e o pássaro de asas negras, estacionário hermes arredio agora também está dormindo e em sonho já deixou de ser um poema de baudelaire.

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