12 janeiro 2012

Fragmentos de um discurso

1. A Revista DASartes publicou na edição Nº19 um texto meu sobre a exposição Modigliani uma vida, que esteve no Palácio Anchieta.

2. Comecei a ler a série de livros de Proust (estou no capítulo II dO caminho de Swann) e o livro de Caetano Veloso, Verdade Tropical, que eu nunca adiquiri: Fui à Saraiva do Shopping (o que mais resta?), mas nem a edição de bolso: Eis que o Marconi, aluno que é compositor, poeta, cuja amizade passou a ser parte do legado que o Rui nos deixou já antes de partir há alguns meses, emprestou a edição original. Um livro que não vou devolver na próxima aula.

3. TV, acabo. Quero riscar as paredes. Estou olhando os lápis que meu irmão trouxe do Guggenheim Store; lembrança. Como será o Guggenheim? Estou me sentindo como aquele professor do filme de Kurosawa, Madadayo.

4. A cidade, o caos. Jornal que noticia em subtexto como a policia pacifica os estudantes revoltosos com o preço do buzu; a iniciativa privada kiss me a pax domini. Ordem e progresso, sois o esterco em que a classe média apresenta suas armas; saudade do fim da década de 80 e tome aterro. Nos jornais, os cronistas estão cansados. Não dá pra bancar o José Carlos Oliveira. Vitória é como o Boulevard da Praia..: não é frágil como a Praça do Cauê, não é Santa Helena, não pode ser Santa Lúcia, não tem o charme do Centro da Praia.

5. Antenor ainda não fechou negócio.

6. Mas o melhor que li nesses últimos 5 dias foi o intenso livro de Roland Barthes, que se chama Aula, edição Pensamento-Cultrix, e tem o texto da aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária lido por Roland Barthes no Colégio de França em 1977.” É um livro corajoso. ”(…)Mas a língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer.” Também tem essa belíssima parte: “Entendo por literatura não um corpo ou uma sequência de obras, nem mesmo um setor de comércio ou de ensino, mas o grafo complexo das pegadas de uma prática: a prática de escrever.”

7. A perturbadora frase em um dos 26 filmes de Truffaut: ”A vida é feita de vários fragmentos que não se juntam.”

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