Pela praia o mar me bebe assim, fish out of water. Homem Scissorhands, marcarás a sessão da tarde pras dezoito, onde farás o esboço do vestido da Esfinge Sem Segredo, mapearás as costas claras da Musa. Corro, encaro o monstro do Sacre Cuer e a voz de Elizabeth Fraser desaparece do cenário de Camburi na pane do iPhone. Eis que vêm o neopaganismo contemporâneo emepebista de botique reclamar o offlife de Bauman. Quando começou a chover foi bonito, não soube onde mais ir a não ser assim ser sal no som do calçadão que escancara um horizonte de ferro. A camisa preta de Steve fará grande falta à elegância. Preciso voltar ao texto, deito e falo de uma vez a outra em uma e outra a cada palavra que é uma e depois ligo o motor, o ronco plural, ladeio o Alfha-Romeo agradecido pelo comando de válvula da Honda ser 400ntas pratas mais barato que o da Yamaha. Humhum. Alguns caras as vezes são lacônicos como eu. Pelo subtexto impressionista escuto a risada gostosa que me acompanha, o delicioso desdém de coisas masculinas, fundantes. Coisas essenciais. Ser homem é sentir saudade e ir jogar sinuca. O amigo de copo é um editor de texto. No corpo de ossos da noite vago até a varanda na volta do mar, olho outra vez outra uma vez o vento sul dank side of the moon. Silêncio. Quem tem mãos de tesoura só consegue fazer carinho com a Arte. Os vizinhos me sabem, como se daqui lhes empunhasse em sonho o silábico Di Giorgio 1964 que tem o jacarandá seco e doce; ou o Felix Olivares 1991 com o jacarandá mais escuro entalhado no pinho, um instrumento pungente. Agora slowly, preciso dar um corte no cabelo amanhã. Passo a passo na praia esse texto é imerso cérebro de uma prosa que elabora uma nuca de nuvem: o cheiro do mar me jogou uma cabeleira de vento com perfume transparente, rabo de cavalo em que o langor sopra até a dança um tapa de luva, que coisa boa. Meu rosto é um silêncio contraventor. Tem um ano não tiro essa barba rala. A parte irrevogável de um pretexto capaz de lançar todas essas palavras, apegadas aos objetos notórios, amenos, banais, é um descontrole remoto para tanta intensidade.