23 junho 2011

Olhar interior

Madrugada com a metafotografia. A insônia dos que perambulam, permeiam, sabem do entorno. O bate e rebate das opiniões, Ogro de tênis. A venda nos olhos dos sonhadores de inflexões gramaticais. O gosto das coisas extasiadas. O alarme disparado quarteirões adiante comenta sabe como sou meu embuste segredado cotidiano, praia sem palavras. Enquanto isso teu sono vai longo, envolto por tecidos e silêncios, talvez os grilos do terreno vizinho ou um carro sussurro na rua, uma respiração. Ou talvez uma festa, encontro com velhos amigos esportistas, quem sabe pouco altos conversem sobre a passeata, e não a conservem tanto enquanto acendem outra cerveja, e escutem um samba pretensamente de raiz. Perambulo pelado ou mais que isso nu de uma nudez arrancada de mim mesmo, venho andando calmo vinho derramado no desenho como raio em céu de filme. Por momento penso, encontrarei resposta alguma elaboração contraponto ao meu desencanto vivente em pelo sobre o peso descalço copo dágua da esquerda inocente que é direita burguesa neo-pagã neo-banal neo-mpb. Releio considerações sobre pequenas frases, a reflexão elegante e doce, releio, mesmo aparentando não me importar com o grande círculo concêntrico do meu romance inacabado, de personagens urgentes, coloquialmente deslindando erudições deliciosas. A metafotografia surge, corporal tecida virgula um corpo que cai num Hitchcock Tupinambá, suspense forçando lá dentro, quase em espera, uma alça que cai. No inverno pouco frio amistoso, como são os velhos amigos de infância, escuto lendas e sofreguidões na noite letrada. É um silêncio, até o espasmo de repente um dois movimentos quase susto, ou aceleração na Dante Michelini, quando passa a juventude em olhar de lembrança daqueles daquelas das ruas dos nomes. Descalço até a varanda, que eu abro igual desejo impronunciável, observo a pequenez da rua. Metrópole lá longe, me escutas, sabes algo de um pouco enquanto respiro quieto, concentrado.

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