17 fevereiro 2011

Saraiva

Os poemas de Sylvia Plath que ficaram comigo, desde a leitura do poema Ariel, agora fazem uma lua de sangue. Também comecei a ler Virginia Woolf, que comprei na Saraiva -- um porto de pensamentos desde o centro do Rio, onde tinha café; Aqui no Shopping Vitória ainda não. Depois que paguei 6,50 de estacionamento, falei pra moça, Isso é roubo. Fala desesperançada, como quem reclama com a moça do telemarketing, Helena (quem diria,)..: Ela anunciara noutro texto que para a minha segurança a ligação estará sendo gravada. Não posso falar agora porque estou com a batata da perna queimada; cano de descarga da moto. Hora da gaze.. O setor de Musica é bem na entrada, onde fico saboreando edições dos Beatles e procurando Songbooks do Chico Buarque pra desobedecer, mas não tem nada para os jovens à vista. Onde estou. Mix de Produtos dos Tempos. Corro, na saga setentista dos motores carburados, a moto Naked no corte da praia me faz louco no Sol eclesiástico enquanto os pelos pretos dos braços tentam voar libertos do protetor Loreal. A vida é doce nada, Lobão. Mas como é gostosa. Assim que desligo, rememoro meu dia trabalhador braçal do mar de tinta sobre a bancada angelim pedra. Pedra sim. Homem démodé ouvindo Rush, Armor & Sword. Vem do abissal teu corpo e coxas sob vestido verde nas palavras de ontem às 15:56 pm, Virar a página quando existe o círculo concêntrico, e a grande força (lá o que seja isso) nos vem sobre o dia, antes de a possuirmos. Quando chego já não existe mistério: A coisa é vencida sem dignidade, algo que fica por si, é nada. Sem Nome, o que não tem nome é antes de nós. Assim o caminho inexorável se faz, enquanto os passos vão adiante numa esteira de academia: a imagem que a vence é como a plantação de várias delas nesse descampado do parreiral em meu caderno de desenho, onde nasceriam.. máquinas de si, do chão gramado igual totem do 2001; entronizando cada qual sua natureza estranha impossível, como se fossem as coisas sem palavras e sem significado.

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