11 dezembro 2009

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Richard Jonas viu a árvore nascida, mas não se compadeceu. Socou retirada certa, dum soslaio olhando o nada por de cima do monte. Que me importa que nasçam e morram? A vida gasta dos lavradores tinha descido goela abaixo na cana da noite em folguedo, Que paga nova me darão por falar a esse povo? O dia amanhecia com bafo boi lambe, assim também as mulheres da Casa Nini, que despertavam da perversão dos homens.

O alto do cume é para os que podem observar a ganância, sem perdê-la em si. Richard vestia a camisa pólo azul cobalto dos setores também azuis, aniquilado gestor de idéias e chateações, Já lhes falei da lei dos homens e do arrependimento dei-lhes na face o punhado que merecem, agora bastem. Assim se sabia, quando os justos se erram da esperança não têm o porquê a dar em boas novas.

Caminhando pelo eirado Richard Jonas rememorou o filho, o sorriso de moleque já fotografado na mente. Cabeça de homem é uma mentira. Acreditava pio que sua empresa findaria a última laje para inaugurar uma sede amadurecida, igual aquela árvore. Mas em verdade árvores já não o tomavam. Delirava em silêncio memória sobre memória decidindo deixá-la no alto do cimo absorvendo o Sol da Justiça, até o momento certo de cortá-la.

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