18 março 2006

Espere, não insista

; os pássaros
calam
vôo e braços
desenho entre restos
escapam devotas
a imensa boca
para sempre

algumas ficam
se reviram
nuas revoltam
pelo ar
azul
até as costas
do horizonte

se eram livres
e não saibam
escrever
asas trêmulas
de língua
e gozo às pernas
do livro

se eram
plásticas e não
sejam
esses pássaros
tão gaivotas
lhes ensinem
dor e silêncio

,.