29 novembro 2005

Admirável Mundo Novo de Darlan, Luci e Ariel

#1 As lojas de departamento ou as que se proliferam clonadas poderiam ser objeto de estudo de um desses TCC, trabalho de conclusão de curso, do pessoal do marketing (mas o marketing é um lugar sem desejo). (a) A gente compra o CD na Laser do Shopping Norte Sul, Jardim Camburi, chega em casa e abre: O encarte parece que foi feito ali na esquina, Marisa Monte está desfocada, as cifras acima das letras também. (b) Depois, o CD de Maria Rita comprado nas Lojas Americanas do Shopping Vitória veio todo amassado dentro do plástico que o lacrava, além do álbum estar com um preço de capa 36,90 e ser cobrado outro 39,90 no caixa. Claro que tudo isso é constatado depois. (c) E para trocar? Ah, o sistema não permite.

No auto-falante insuportável, a moça chamava por Darlan, Luci e Ariel; chamava-os de associados. Antes, pelo que eu sei, os trabalhadores, conhecidos como empregados, eram elevados à colaboradores. A perversão agora aumentou, viraram associados.

A moça do auto-falante das Lojas Americanas também falava para nós tomarmos cuidado, carregando bolsas e carteiras sempre fechadas; com voz pausada, articulava: “Afinal... uma bolsa aberta... é um convite ao furto...”... inacreditável, mas real.

Faltou apenas a valsa num compasso ternário, mas a anestesia desses lugares vem do caos. Isso Aldous Huxley não imaginou.

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