12 setembro 2005

Clássico

Assim, desescrevendo a página, o romancista acende cigarros pelos 40 anos; é solitário e vive tórrido amor com Fulana, moça tempestiva emprestada de poema clássico, esvoaçando pedaço e corpo num rasgo. Esse narrador, distante e perpétuo, nada constantemente enquanto irrompe do passado. É um lodo espectral com páginas e páginas sem pontuação, acerto, sedação.., decepadas de chofre pelo ponto final. As vezes Fulana ressurge, olhos penetrantes e a boca cheia de besteiras; uma reclamação a histeria. Outras vezes, andar pela praia dá sossego ao sôfrego homem, bicho clássico de página de outros-outros escrevinhadores, tão narcisistas quanto acadêmicos escrevendo mais uma vez mesma estorieta.: Homem branco, meia idade, está entediado e trepa muito bem. Não sabe o que faz insone, dobra o violão das 3 da matina. Vivendo romance com Fulana, gatíssima e jovem, suada esportista que o acompanha de longe e sabe que ele é o gênio que faltará na lâmpada de Tomas Edson. Ela acende a lampinha do quarto escuro-crescente onde ele escreve rosto de cineasta atormentante a errar a língua da boca. Homem branco meia idade que até palavra muito bem agora não presta, atenção que ela está naquele traje clássico-noturno e copacambaleante, camiseta e calcinha. Escrever é morrer tentando, nunca. Pobre windows, que herda. A horda além está ou quem te matasse também Matisse ai sim Les Fauves. ... A moça vem ao seu encontro, abrindo pernas senta e escancha... seu colo,.. tapa na personagem, anódina tela. Assim desescrevendo a página, o romancista... homem branco classe imedialta entediado imediatamente acende a lâmpada escura, ah...paga o mundo; carrega nas costas as cicatrizes de um homem comum

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