22 março 2005
Arpejo Noturno
O nadador mergulha nas entrelinhas e escapa. Fura, arregaça o azul. É mesmo desejo netuno adjetivo; homem plástico neandertaliza palavras erráticas. O corpo de sunga priáprico a chegar à outra borda. Lá o mundo. Maior, acorde que “amar é dar o que não se tem à quem não quer receber”. Óh.., Lacan, revoandar no Champ de Mars é tarde; me escrevera: “caro Elton, meu palacete está sendo pintado; naturalmente, estou hospedado no Ritz. Escrevo em português, seu francês é limitado e temo não me fazer entender (o que é raro). Quando os autores me perseguem assim, digo-lhes; Para trás, Cavalinho! Ao repartirem o outro, espirram pelos cafés, e desaparecem com creme. Veja, é preciso notar, não sem um tanto de esforço, assim como meus pupilos estudantes, o avanço que fizemos na leitura. Tenho lido teus trabalhos, dignos de pena. A grande literatura espera, ainda, por você, no Café; mas que horror! É indispensável estudar mais que a pobre vidinha de James Joyce; Nós sabemos bem desse isso, ora... qualé?.” O fundo de azulejo claro é perfeito. Profundo azul, nele o saber faz doer exato a insegurança das nadadoras. A outra que borda a distancia, moça de doer também, observa num soslaio o nadador até encontrá-lo casualmente outro, lado. Ele atravessa de peito quase a saltar d´água um romance; depois afunda cabeça e corpo dentro dela o ímpeto de força, até chegar. Os gritos das moças que esperam e contorcem por ele aclamam um espetáculo, platéia inteira que irrompe no ginásio e vazios pensamentos entre as linhas pretas. A certeza em série, na variação do gosto das cores agora o confunde. A vitória é cega, inata, burra, certa.
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