23 novembro 2004

Pedaços

Carro velho a gente doma no braço noite dentro do asfalto se rodar paisagem e sorte na ciranda de parque batendo num estalo seco, visto num repente com viola Amarantina. Nunca vi caminhoneiro chorar feito criança quando atropela matuto, e desses não vem sebo no canto de pista, derramando óleo pra guincheiro trabalhar de santo. Aqui no hospital já vi muita coisa, ate meu primo chegar pela hora que a maldita quase vem levando; ele que falava tanto papagaio lá no quintal do fundo e repetia pressa té que um dia aqui; Depois disso sendo, o Brasil nunca mais andou caroneiro por aí. Esses dias a casa de Mãe Joaninha, pequena cafetã velha de ventre, baixou toda entrelaçada numa Besta retorcida contra um caminhão 1113, igual ao meu já há três meses de mecânico. As meninas estriparam mas ainda retorciam rebocadas no guincho do Zé Tião. O Menina Cabeça, capanga dele que joga óleo em rodovia no demo da noite é o que congava sexta-feira no rastapé da serpente jámorta. Desse dia num esqueço; elas descabeçadas e a Besta verde metalicava o musgo de uma cabaça. O Menina Cabeça que fez serviço de cabra ainda passou por aqui no corte de receber pelo tento, que Zé Tião deu fé paga de 20 reais. O irmão de Zé Tião virou pro lado da polícia, agora capitão de todo esse mato. Para na fazenda dele fim de semana; na volta traz o Menina Cabeça, experimentado nos transportes, vários anos como responsável no almoxarifado da Transportadora Domini, aposentado fácil coçador. O irmão do Zé deixa pra ele o socorro dos coitados descendo a rodovia no inferno de estrada que cabara dando cá, no hospital. Os coitado; Morre como no estribucho das moças de Mãe Joaninha, todas cortadinhas; uma delas hoje pede ao esmo lar paralítico; ainda trabalha como dá.

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