20 julho 2010

14 julho 2010

O galo perdido sem relógio voltou a cantar seu lamento. Minhas anotações, avessas ao Real por um momento, voltam-se para si mesmas numa espécie de pleonasmo à deriva, também à espera de catalogação. É por descrever o tédio do animal sem óculos que a verve do narrador revira o bicho em documentarista, deixa exposto ao esclarecimento a força do dispositivo usado na falta de subjetividade animal, subvertida com exatidão pela narrativa. A criação da ave pacata, seu comentário sem revelação evoluindo sem samba, e na metáfora Samba o mesmo signo sem Algo,.. essa criação é, também, a força de um espasmo sem história.

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